Bem-vindos ao tune-O-matic. Sintam-se a vontade para opinar, criticar e sugerir.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Lola Versus Powerman And The Moneygoround - The Kinks |Rock|


Lola Versus Powerman And The Moneygoround  -  The Kinks    |Rock|

Álbum conceitual lançado em 1970 que satiriza o mundo da industria musical - um must have para fãs do, assim chamado, classic rock.


Álbuns conceituais ficaram famosos nos anos 70 sob o apelido de Rock Opera ou Ópera Rock
Discos como Tommy e Quadrophenia do The Who e The Wall e The Final Cut do Pink Floyd tinham grandes ambições - temas fortes, contestações. . .  eram pensados como um grande grito de rebeldia. Óperas a altura das expectativas e ouvidos da geração do pós-guerra.

Os Kinks, que ainda tentavam se livrar da "imagem anos sessenta" deixada pelo hit You Really Got Me, vinham enfrentando problemas legais por toda a parte. Para se ter uma idéia, a banda havia sido banida de excursionar os E.U.A. - uma setença de morte para qualquer artista daquela cena.

A saída foi "Lola Versus Powerman And The Moneygoround". Uma mini ópera que tinha como ponto central meter a boca no mundo e ridicularizar produtores, gravadoras, editores, jornalistas, empresários, enfim - todos os personagens e situações do mundo da música daqueles tempos. Longe de ser algo grave, pesado ou intelectualizado, o álbum é puro deboche.

Musicalmente também houve mudanças. Aqui o Kinks enterra de vez a swingin London e parte para uma linguagem que seria explorada fortemente na década seguinte. O recém nascido hard rock se mistura com o folk, country e até a tradicional música de salão britânica. Tudo isso forma uma salada coesa e certeira.

A brincadeira do Kinks parece ter funcionado e Lola e Apeman se tornaram grandes hits. Mas tem muito mais - Strangers e The Contenders merecem atenção especial. O clima mais debochado fica com Denmark Street e The Moneygoround.E faço um convite especial aos fãs de White Stripes e companhia para ouvirem com atenção Top Of The Pops

Não se pode deixar de notar as similaridades. Badfinger, Beatles e Rolling Stones estão por toda a parte.

Grande álbum !

quarta-feira, 28 de abril de 2010

That's What I Want !! |Notícias|


That's What I Want !!         |Notícias|

A revista britânica NME publicou em seu site uma lista dos 50 mais ricos na industria da música.
Dentre os despreocupados encontram-se :

Pete Townshend (The Who) - 40 milhões de libras  ( libras !!!)
Nick Mason (Pink Floyd) - £50 milhões
John Deacon (Queen) - £60 milhões
David Gilmour (Pink Floyd) - £78 milhões
David Bowie - £100 milhões
Mick Jagger - £190 milhões
e o coitado do Paul McCartney com meros £475 milhões.



E a minha mãe ainda diz que não dá dinheiro. . .

A lista completa você encontra aqui.



 por: Alexandre H Calamari 
fonte: NME Magazine

Emotion & Commotion - Jeff Beck |Rock|


Emotion & Commotion  -  Jeff Beck    |Rock|

Na linha do tempo, depois de um certo período até os melhores vinhos viram vinagre, como é o caso de Rod Stewart, por exemplo. Jeff Beck, por outro lado, do topo de seus 66 anos de idade, continua dominando sendo o mais radical, visceral, inspirado e inovador dentre os mestres da guitarra.

Emotion & Commotion chegou as lojas no dia 13 de abril de 2010. A expectativa era grande, principalmente após o excelente antecessor  Performing This Week Live At Ronnie Scott's Jazz Club. Também aquecia as apostas o fato de Beck não lançar um álbum de estúdio desde o eletrônico Jeff de 2003.

Logo após o lançamento de Jeff, o próprio guitarrista brincou com a imprensa dizendo:"Não comprem esse CD, é um lixo ! Nunca mais faço um CD com um computador na minha vida !!

É.... não fez mesmo. Desta vez o computador foi substituído por uma orquestra de 64 peças + Vinnie Colaiuta (bateria), Tal Wilkenfeld (baixo) Jason Rebello (teclados), Joss Stone (vocais), Imelda May (vocais) entre outros  + os produtores Steve Lipson ( Yes, Paul McCartney, Annie Lennox)e Trevor Horn (Yes, Seal, Mike Oldfield, Danny Elfman).

Tem muita gente boa por ai, mas Jeff é um caso a parte. A não ser ele, quem poderia juntar blues, opera, pop, rock e jazz num mesmo CD de 10 faixas ?

Corpus Christi Carol de Benjamin Britten abre o CD. Quando você ouve, fica difícil acreditar que o sujeito passa mais horas enfiado no capô de um Corvette '56 do que dedilhando sua Stratocaster. Na seqüência, Hammerhead finalmente faz jus ao mecânico; e que mecânico.
Never Alone, com sua incrível melodia vocal, é simples e genial. E se até agora você segurou a emoção, a versão bluesy de Over The Rainbow pode te ajudar a se libertar.
Com I'll Put A Spell On You, Jeff paga seu costumeiro tributo ao seus dias de fedelho londrino.
Serene e There's No Other Me trazem o modernismo afiado e sofisticado, sempre presente em seus álbuns. Lilac Wine vem trazer um alento, um momento de paz na genialidade das frases beckianas em contraste com a voz doce de Imelda May.
Tudo isso para preparar a bomba: "Nessum Dorma". Composição de Giácomo Puccinni e ponto central do repertório do grande Luciano Pavarotti. Essa faixa dispensa comentários.
O CD termina com Elegy For Dunkirk do compositor italiano Dario Marianelli. A faixa que faz parte do filme Atonement (no Brasil Desejo e Reparação), fecha o mais eclético dos álbuns do guitarrista.
Jeff Beck não precisa provar mais nada. Se para Eric Clapton ele é um gênio, não sou eu que vou discordar.

Mas algo me diz que o recém premiado Jeff  tomou gosto pela brincadeira e Emotion & Commotion me parece feito sob encomenda para trazer um segundo Grammy para sua prateleira.

Mas não se assuste. Mesmo um tanto empolado e simpático, Emotion & Commotion  se ergue sobre as fundações toscas, ruidosas e geniais de um dos indivíduos que fizeram e fazem da guitarra o que ela é.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Band On The Run |Notícias|


Band On The Run    |Notícias|

Paul McCartney anunciou oficialmente sua quebra de contrato com a EMI. Ao assinar com a independente Concord Music Group, o ex-beatle declarou:
"Estou sempre procurando novas maneiras e oportunidades de levar minha música ao público e a Concord divide essa paixão comigo,"

O novo selo vai cuidar da distribuição de todo o material solo do cantor, incluíndo seus álbuns com a banda Wings, formada em parceria com sua falecida esposa Linda McCartney.
O material dos Beatles, continua com a EMI.

A parceria vai estrear em agosto com o re-lançamento do álbum de 1973 do Wings  -  'Band On The Run' (piadinha típica de Paul McCartney).
A nova versão deve vir com material extra, como faixas bônus e encarte elaborado.

É esperar pra ver.




 por: Alexandre H Calamari 
fonte: Uncut Magazine

One Take Radio Sessions - Mark Knofler |Pop-Rock|


One Take Radio Sessions  -  Mark Knofler    |Pop|

Nada de novo ou revolucionário. Nenhum grande hit. Longe de ser uma obra prima. Apenas 8 canções despretensiosas, intimistas, elegantes, cheias de alma e honestidade.

O escocês Mark Freuder Knofler, ou apenas Mark Knofler é um grande guitarrista que se tornou uma celebridade imediata quando, em 1978, estreou com sua banda Dire Straits.
Famoso pelos hits de sua banda, com sua voz nasalada e seu distinto toque na guitarra, Knofler, que sempre teve seus álbuns produzidos numa sonoridade pop-clichê, convida seus ouvintes a um novo caminho.

One Take Radio Sessions, lançado em junho de 2005, foi feito num momento em que o guitarrista ainda se recuperava de um quase fatal acidente de motocicleta, ocorrido havia um ano e meio.
É provável que a experiência tenha deixado o músico num estado contemplativo e reflexivo, e é isso que faz de One take Radio Sessions algo especial.
Trocando em miúdos, Mark Knofler revisita suas raízes. Blues e Country e um pouquinho do pop aqui e ali. Tudo muito bem amarrado.

Gravado ao vivo - em estúdio (todos tocando juntos, no ambiente controlado do estúdio) sem muitas adições ou reparos, o álbum soa rústico e real, como se você estivesse na sala entre os músicos. A banda, de primeira linha, conta com músicos do universo country como o guitarrista Richard Bennett (Johnny Cash, Billy Joel, George Strait, Neil Diamond, Steve Earle, entre outros) e o baixista Glenn Worf (Brenda Lee, Joan Baez, George Strait, Shania Twain, entre outros).

O universo intimista das sessões é o ambiente perfeito para que a guitarra de Mark Knofler soe como nunca. Nas mãos de Knofler, o instrumento urge sua voz rouca e espalha pelas canções um lamento que não pode ser traduzido em palavras. Convenhamos, isso é o que ele sempre fez de melhor, mas aqui - tudo parece mais . . .   real.
Song For Sonny Liston e Donegan`s Gone mostram o que Knofler deveria ter feito em toda sua carreira. The Trawlerman`s Man é mais próximo das famigeradas baladinhas do Dire Straits. Um discreto toque latino tempera Rudiger. Back To Tupelo também merece ser lembrada.

One Take Radio Sessions é um ótimo álbum, de um artista maduro. Certamente, vai encantar fãs de todos os estilos.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Evil Woman - The Best Of Crow - Crow |Rock|


Evil Woman - The Best Of Crow  -  Crow    |Rock|

Coletãnea desta banda pouco conhecida; crua e rústica, mas que em sua curta existência deixou uma marca que influenciaria ícones como Black Sabbath, Deep Purple, Jeff Beck Group e outros.


O Crow, foi fundado em 1967 pelo vocalista David Wagner em Minneapolis U.S.A.. Além de David, a formação da banda contava com o guitarrista Dick Wiegand e seu irmão Larry Wiegand no baixo, Kink Middlemist no órgão e o notável baterista Harry Nehls.


A história da banda não difere de muitas outras que, apesar da comprovada competência, emplacou apenas um hit e se tornou financeiramente desinteressante para as sensíveis gravadoras.
O fato desse único hit Evil Woman ter surgido como cover no primeiro álbum do Black Sabbath fez muita gente prestar mais atenção nestes motoqueiros americanos. Mas o momento havia passado e a banda se dissolveu em 1972.

A coletãnea Evil Woman - The Best Of Crow não deixa dúvida de que apesar de injustiçados pela história, o Crow está entre o houve de melhor em sua época.
O som é hard-rock e blues-rock . Cru, honesto. Grande vocalista, grande banda. Rock, pra quem gosta.
A jóia Evil Woman abre o CD. Com Cottage Cheese e Slow Down, você percebe que os caras não estão pra brincadeira. Outros bons e influentes momentos são Time To Make a Turn, Busy Day, Don't Try To Lay, Yellow Dawg e uma meia-baladinha Mobile Blues.


Com o Crow não tem erro. Ouça. Alto.