Bem-vindos ao tune-O-matic. Sintam-se a vontade para opinar, criticar e sugerir.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Hunky Dory - David Bowie |Rock|


Hunky Dory  -  David Bowie    |Rock|

Esplêndido quarto álbum do sempre previsivelmente inusitado cantor inglês.


Na discografia do britaníssimo David Bowie 'Hunky Dory' de 1971 sempre acaba ficando em posições menos favoráveis. Pena.

Neste álbum, Bowie decidiu quebrar o estereótipo de hard-rocker, erguido às bases de seu álbum anterior e também notável 'The Man Who Sold The World'.

Para tanto, Bowie - nascido David Robert Jones, em Brixton, Londres no frutífero ano de 1947 - assumiu um approach mais pop. Canções mais diretas e arranjos convidativos.A guitarra dá lugar aos violões e boa parte do arranjo fica nas mãos do não menos talentoso Rick Wakeman.



Com as intenções estéticas definidas, Bowie pôde finalmente sentar-se e escrever uma série de canções, diria, espantosas.
Pop,  visto através dos olhos multicoloridos do britânico rapaz. E esse ponto de vista, naquele momento da história, enxergava muita coisa.

Quantas vezes você põe um CD pra tocar e algo como Changes invade os alto-falantes?  - E antes de você se recuperar da abertura, Oh! You Pretty Things, onde Nietzsche é citado e enturmado com a onda glam-bissexual-rocker. Tudo devidamente assistido pelo piano vaudeville de Wakeman.
Ao longo dos anos, muitas lágrimas já se precipitaram com a maravilhosa Life On Mars? - Quicksand, muito linda, escrita em homenagem ao colega Neil Young. Bowie, parece, estava afim de homenagear seus amigos e uma espécie de dark folk é batizada Andy Warhol.
Uma stoniana nunca falta num álbum de David Bowie. Aqui Bombers cumpre a tarefa. Queen Bitch e Superman puxam mais para o habitual hard-rock. Tudo, claro, de uma maneira que só acontece no universo bowieano.

Recomendo.
Dê uma chance à 'Hunky Dory'. Compre dois. Porquê o primeiro vai gastar rápido.

domingo, 16 de maio de 2010

Ronnie James Dio 1942 - 2010 |Obituário|


Ronnie James Dio  1942 - 2010                    |Obituário|

A lenda do rock e do heavy metal Ronnie James Dio, faleceu na manhã deste domingo 12/05/2010, após um ano lutando contra um câncer de estômago. O cantor tinha 67 anos.

Dio, nascido Ronald James Padavona, ficou mundialmente conhecido em 1975, ano do lançamento do álbum de estréia do Rainbow, 'Ritchie Blackmore`s Rainbow'. Com os álbum seguintes, 'Rising', 'On Stage' e 'Long Live Rock 'n ' Roll", o público foi gradualmente levando o nome de Dio ao Olimpo do rock.

Dos anos 80 em diante, Ronnie James Dio consolidou sua carreira com turnês mundiais com sua banda Dio e uma participação histórica no Black Sabbath.
A cada projeto que participou, Dio emprestou sua voz poderosa, sua interpretação dramática e sua paixão pela música. Seu nome é sinônimo de heavy metal e hard rock.





Ronnie James Dio foi diagnosticado com câncer de estomago em novembro de 2009. Foram longos meses de tratamento, com boletins semanais endereçados aos fãs e reciprocamente, toneladas de e-mails, tweets e posts no Facebook que diariamente enviavam força, amor e esperança ao ídolo.
A luta terminou nesta manhã de domingo em Houston, Texas. Ronald James Padavona passou pacificamente, na companhia da família e amigos.


Assim se cala uma das mais distintas vozes que o rock já produziu.

 "Long Live Rock 'n' Roll"


Obrigado Ronnie.


por: Alexandre H Calamari 

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Gravando! Os Bastidores da Música - Phil Ramone & Charles L. Granata |Biografia|


Gravando!  Os Bastidores da Música - Phil Ramone & Charles L. Granata   |Biografia|

Amantes da música vão se deleitar ao ler sobre os bastidores da gravação de alguns dos maiores hits da história.

O lendário produtor musical Phil Ramone e o historiador e também produtor Charles L. Granata, levam o leitor para dentro das salas de controle de alguns dos mais celebrados estúdios de gravação da América e revelam segredos, técnicas, manias e curiosidades que cercaram sessões de artistas como Maddona, Barbra Streisand, Billy Joel, Bob Dylan, Frank Sinatra e Paul McCartney, para citar poucos.

"Gravando!" ( no original Making Records: The Scenes Behinde The Music) está longe de ser um livro técnico voltado para engenheiros de som ou simpatizantes. O livro tem escrita fluente e cativante e foi pensado para aqueles que sempre tiveram interesse em saber como é feito um disco.
Fã ou não dos artistas citados acima, você é levado pela simpatia de Ramone, o relato de suas experiências e sua incrível trajetória profissional.

Gravando !

segunda-feira, 10 de maio de 2010

The Best Of Django Reinhardt - Django Reinhardt |Jazz|


The Best Of Django Reinhardt  -  Django Reinhardt    |Jazz|

Uma excelente coletânea sobre a obra do mais influente guitarrista do mundo do jazz.


De origem belga, Jean Reinhardt ou apenas Django Reinhardt foi o primeiro nome europeu a se tornar referência no jazz.

Cigano, o rapaz cresceu em acampamentos ao redor de Paris, tocando banjo e violino, mais tarde passou para o violão. No ano de 1928, Django, aos dezoito anos de idade, foi seriamente ferido num incêndio que destruiu o vagão que dividia com sua esposa. Metade do corpo com queimaduras de primeiro e segundo graus não o incomodaram tanto como o fato de ter perdido o movimento de dois dedos da mão esquerda.



Django resolveu a questão de forma bastante simples - aprendeu a dominar o instrumento, de forma espantosa, com apenas dois dedos.
E foram esses dois dedos que revolucionaram a história da guitarra e do jazz.

Como cigano, Django Reinhardt era versado no estilo musical sincopado e dançante de sua cultura. Mas no período de recuperação de seu acidente, ele teve contato com gravações em 78rpm de Louis Armstrong. Quando finalmente voltou a ativa, Django já tinha bem claro o que prentendia.
Junto com o virtuoso e não menos famoso e influente violinista francês Stephane Grappelli ele aproveitou um convite do dono da boate Hot Club em paris e formaram o Quintet Of The Hot Club Of France.
Um grupo de contrabaixo, violino e três violões, sem bateria. Tinham mais ritmo do que uma escola de samba. Nascia o que ficou conhecido como Gypsy Jazz ou Jazz Manouche.

A grande revolução para a guitarra jazzística não se limitaria na técnica, fraseado e velocidade quase sobrenaturais de Django Reinhardt. Talvez o ponto mais importante naquele momento fosse o fato de uma banda poder ser dirigida por um guitarrista. Naquela era pré-amplificação, não havia como um sujeito por um violão para competir com uma sessão de metais ou até mesmo um saxofone que fosse. Guitarristas, no começo relegados ao fundo tocando bases surdas, agora davam um passo a frente e eram o centro da banda.

A eletricidade veio, Django a aceitou de bom grado, mas o que ele fez estava feito.

No álbum The Best Of Django Reinhardt, de 1996, a Blue Note generosamente organizou uma excelente coleção de dezoito faixas que mostram a arte de Reinhardt e do inseparável Grappelli.
Cartões de visita como Limehouse Blues, Minor Swing e Nuages estão presentes, misturadas com v ersões deliciosamente gypsy de I'll See You In My Dreams, Oh Lady Be Good e Old Man River.
A verdade é que aqui, não há faixa que não seja impressionante - eu disse impressionante. Principalmente quando você se lembra que o sujeito só tinha dois dedos bons.

Django Reinhardt foi único. Seu estilo é inebriante. Seu toque é assustador.

Viva Django !!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

The Complete Atomic Basie - Count Basie |Jazz|


The Complete Atomic Basie  -  Count Basie    |Jazz|

Registro histórico de um dos mestres da swing era.

Count Basie era um bandleader; um 'líder de banda', 'diretor de banda', ou simplesmente um . . .  maestro tosco.
Na lendária era do swing - manjada do público via caracterizações de época hollywoodianas - o bandleader era o cara que tocava o piano, ou às vezes um instrumento solista como o clarinete, e comandava uma orquestra de metais + um combo de jazz (baixo acústico, bateria, piano ou guitarra).


Para  simplificar; a orquestra estava para o bandleader, como o piano para um pianista. Seu instrumento era a banda e com ela, ele fazia o que queria.
Nesse metiê, Count Basie, foi mestre. E apesar de não ser compositor ou grande virtuoso no piano, Basie é pedra fundamental no jazz pela inventividade e destreza com que comandava sua orquestra.
O alto  quilate de talentos individuais dava ao diretor maior flexibilidade na hora de escrever seus arranjos e abrir espaços para improvisos. Assim, o trunfo de qualquer bandleader era seu escrutínio no recrutamento de músicos para seu grupo. 
Só nesta gravação, sob o estrábico olhar de Basie, estão Freddie Green (guitarra), Eddie "Lockjaw" Davis, (sax tenor) e Thad Jones (trompete), além do próprio Basie ao piano.
Lançado em 1994, pela Roulette Records, The Complete Atomic Basie traz para os dias atuais essa inspirada sessão gravada em 1957.

Faixas? - 'The Kid From The Red Bank', 'The Late Late Show' e 'Whirlybird' mostram a 'pegada' indefectível da batuta de Basie. Uma sutileza segura,    charmosa e spicy exala de 'Midnite Blue' e 'After Supper'.
'Teddy Toad' é uma excelente maneira de se notar o gênio de Count Basie na arte de dirigir uma banda.

The Complete Atomic Basie é um álbum que nos leva aos prateados anos das grandes orquestras e do swing. Uma era em que o termo jazz estava intrinsecamente ligado a dança. Um universo dentro do próprio jazz. Um tempo em que 'quente'  seria o adjetivo mais apropriado a nomes como Count Basie.

Swing it !

terça-feira, 4 de maio de 2010

A Loja de Pianos Da Rive Gauche - T.E. Carhart |Romance|


A Loja de Pianos Da Rive Gauche  - T.E. Carhart   |Romance|

A maneira mais elegante, divertida e charmosa de se apaixonar por Paris e pelo piano.


Numa disfarçada auto-biografia, o franco-americano Thad Carhart, nos convida aos meandros de uma Paris pouco conhecida pelos turistas.

A escrita coloquial e fluida de Carhart é irresistível e o estilo de vida de um reservado bairro francês se revela de forma encantadora.
Com elegância, o autor discorre sobre sua paixão pelo piano e sua inserção nos costumes parisienses. Uma breve história do instrumento é contada com tanta admiração que é difícil o leitor permanecer imune a ambos encantos.


"A Loja de Pianos Da Rive Gauche" (no original: The Piano Shop On The Left Bank), lançado em 2000, é, no fundo,  um livro sobre a vida; suas descobertas, suas frustrações, seus encantos.
Um daqueles livros difíceis de largar, mas que você vai tentar economizar para que ele não acabe logo.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

This Was - Jethro Tull |Rock|


This Was  -  Jethro Tull    |Rock|

Um álbum de estréia que, quarenta e dois anos depois de seu lançamento, continua arrebanhando fãs para para o lendário Jethro Tull.

O Jethro começou como uma banda de blues. Muito disso se deve ao fato do vocalista Ian Anderson ter recolhido algum espólio no fim da Graham Bond Organization (uma das primeiras bandas de rhythm 'n' blues da inglaterra).

Mas Anderson, como o futuro diria, tinha outras intenções.


Fortemente influenciado pelo jazz e pela música folclórica inglesa, o vocalista/flautista se uniu ao guitarrista Mike Abrahams (guitarra), Clive Bunker (bateria) e Glenn Cornick (baixo) e passou a praticar seus experimentos e devaneios sobre uma base coesa de indefectível blues rock.

O resultado foi This Was, o primeiro da extensa discografia da banda de Ian Anderson. Um dos grandes discos da história do rock, This Was oferece a oportunidade de ouvirmos um Jethro Tull cru, antes que as experiências de Anderson ajudassem a erguer os alicerces do art rock ou rock progressivo.

My Sunday Feeling, Beggar`s Farm e A Song For Jeffrey; se só houvessem estas três faixas no disco, este já seria um clássico.  
Some Day The Sun Won't Shine For You e It`s Breaking Me Up são blues. Pelo menos o que se entende por blues, depois do Cream.
Move On Alone, Round e Serenade To A Cukoo (do jazzista Roland Kirk), dão a dica para o estaria por vir no universo andersoniano.
Não nos esqueçamos da extravagância de Mike Abrahams - Cat's Squirrel - sim, Hendrix e Clapton são uma grande influência, mas imaginar um som desse em 1968. . . talvez sejam faixas como essa que fazem alguns (eles existem) pensarem no Jethro Tull como uma banda de heavy metal.

Discoteca básica.