Bem-vindos ao tune-O-matic. Sintam-se a vontade para opinar, criticar e sugerir.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Etta James Rocks The House - Etta James |Blues|


Etta James Rocks The House  -  Etta James   |Blues|

Gravado num pequeno clube em Nashville em setembro de 1963, "Etta James Rocks The House' entra para história como um melhores registros do verdadeiro blues.


Do alto dos seus 72 anos de idade, Etta James pode se considerar uma sobrevivente de seu próprio estilo de vida. Mas, maior sobrevivente que a própria diva, são seus álbuns, em especial este.

Você põe o disco pra tocar, fecha os olhos e vai se encontrar no enfumaçado New Era Club, aonde menos de duzentas pessoas presenciaram o blues em pessoa.

A voz poderosa de Etta James passa por onze faixas que, além de outras coisas,  vão te ajudar a compreender a origem dos lamentos roucos de Janis Joplin.




Se o blues é uma paixão, você vai se sentir em casa com clássicos como What I'd Say, Money(That's What I Want), Ain't That Lovin' You Baby e marca registrada de Etta I Just Want To Make Love With You.

Cru e sem frescura; piano desafinado e tudo. Um monumento.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Les Paul & Mary Ford Greatest Hits - Les Paul & Mary Ford |Pop|


Les Paul & Mary Ford Greatest Hits  -  Les Paul & Mary Ford   |Pop|


Ignorado pelo grande público, Les Paul é reverenciado por músicos e profissionais de áudio.

O nome, porém, soa familiar. Qualquer que tenha um amigo guitarrista já o ouviu falar sobre a Gibson Les Paul. Esta guitarra, idealizada e criada pelo músico, apesar de ter sido lançada após os modelos da Fender, foi o primeiro modelo de guitarra maciça da história.
Antes disso, Les Paul já havia dado um passo a frente e desenvolvido as primeiras tentativas de eletrificar um violão, usando peças de um telefone.

Como se criar um dos instrumentos mais influentes da história da música não fosse o bastante, Les Paul numa tentativa de encontrar 'o som' que buscava, se trancou em sua garagem e criou o gravador multi-pista ou 'som sobre som'.

Traduzindo: até esse momento, toda e qualquer gravação era feita 'ao vivo', todos os músicos reunidos na sala. Depois da invenção de Les Paul, um músico poderia gravar uma parte, ouvir o que gravou e gravar outra parte por cima - de forma que sem poderia gravar toda uma orquestra, um instrumento por vez.

E foi assim que o material desta coletânea foi feito - por duas pessoas - na garagem.
Les e sua esposa Mary Ford gravavam faixa sobre faixa e construíam ondas de som. A voz singular de Mary Ford gravada múltiplas vezes, cria um coral que impressiona pela capacidade da cantora de delinear harmonias absurdamente afinadas. No corpo das músicas um abuso desmedido das guitarras de Les Paul.
Baixo e percussão eram produzidos nas mesmas guitarras de seis cordas que deliravam em solos e passagens impossíveis.
Obra de gênio.

O estilo é um pop dos anos 40, com graves influências do gypsy jazz de Django Reinhardt - grande influência para Les Paul.

O alcance da obra neste álbum, é marcante. Eles foram a dupla mais famosa e querida do pós guerra americano, a ponto de não haver comparação nos dias atuais. Les Paul & Mary Ford foram a trilha sonora do sonho americano.
Hits como Mockin'bird Hill, I'm Sitting On The Top Of The World, How High The Moom e Bye Bye Blues, estavam diariamente nas rádios e TV.


Daí veio a nova música - o Rock'n'Roll. E Les Paul, da noite pro dia, foi liquidado.
Mas suas invenções já habitavam cada estúdio de gravação do planeta e sua Gibson Les Paul e seu legado como guitarrista estava e está nas mãos, no coração e nos sonhos de mestres como Jimmy Page, Eric Clapton, Jeff Beck e tantos outros - incluindo os 'não mestres' como eu e você.

 Les Paul morreu em agosto de 2009, aos 94 anos. Tocando.

domingo, 25 de julho de 2010

Walk The Nile - Elephant9 |Rock|


Walk The Nile  -  Elephant9    |Rock|

O mais novo capítulo do jazz-rock fusion.


Rótulo pega; e estamos acostumados a ligar o nome jazz-rock com aquela mistura de funk, rock e jazz que dominou boa parte dos anos 70. Nomes como Return To Forever, Mahavishnu Orchestra, Jeff Beck e Weather Report aprenderam com Miles Davis e abusaram do estilo até a última gota - e nós queríamos mais.

O ponteiro gira e os ares mudam. Por mais que eu seja fã e adepto de toda a onda retrô que vem se disseminando desde o fim dos anos 90, a pergunta nunca calou: - o que seria o jazz-rock de hoje ?

A resposta veio com os noruegueses do Elephant9. Fundado em Oslo em meados de 2007, o trio, formado por Ståle Storløkken órgão,  Nikolai Eilertsen baixo e Torstein Lofthus bateria, oferece uma furiosa onda sonora que Nikolai no progressivo e no hard-rock dos anos 70 e, obviamente, na fase elétrica do já citado Miles Davis.
Influências a parte, a banda passa longe de ser retrô. Ouça e perceba a realidade grunge, o abuso de decibéis comuns ao rock atual.

"Walk The Line", lançado em 2010, é o segundo álbum do Elephant9 e está mais focado no jazz do que no progressivo que marcou o primeiro álbum da banda.
Vale destacar as faixas Fugl Fønix e John Tinnick. O trabalho de Torstein Lofthus é algo a mais.

Elephant9 certamente vai agradar aqueles que curtem um som mais pesado. Mas esteja avisado - eles não fazem do 'peso' uma virtude - apenas uma ferramenta; o que por si só, já é raro.

Absolutely Free - The Mothers Of Invention |Rock|


Absolutely Free  -  The Mothers Of Invention    |Rock|

Lançado há 43 anos, “Absolutely Free” , em companhia de muitos outros títulos do compositor, continua anos-luz a frente da música pop mundial.


Considero desnecessário passar horas buscando palavras para tentar descrever a força da genialidade de Frank Vincent Zappa. Mesmo porquê, palavras não são nada. Cada um que tire suas próprias conclusões.

Vejo que o melhor que eu posso fazer pelo próximo, é deixar o convite – ouça Zappa. Eu demorei um pouco; apesar de saber que o sujeito era genial e blá, blá, blá. . . , a minha ficha não caia. Até que um dia – caiu.

Minha teoria é que existe o momento certo. Você tenta ouvir um tipo de música a vida toda, mas sempre acaba se perguntando -  qual é a graça nisso ? Até que um dia – as nuvens pardas da mediocridade se afastam e você finalmente se odeia por não ter ouvido aquilo antes.

Tem um jeito mais simples – Zappa: ame-o ou odeie-o.

“Absolutely Free”, de 1967, é o segundo passo na extensa  e densa discografia do músico americano. Nesse período, Frank ainda assinava seus discos com o jocosamente pretensioso nome de sua banda The Mothers Of Invention.
Crítica e público, que já haviam se escandalizado com o debut “Freak Out”, tiveram que encarar um álbum ainda mais audacioso e esquizofrênico.

Em “Absolutely Free” os Mothers filtram um leque de influências que incluem a música de vanguarda dos compositores Edgard Varèse e Igor Stravinsky, pop, rock, psicodelia, blues, vaudeville, country music, etc. . .   Tudo amarrado com longas sessões polirítmicas, grandes instrumentações, instrumentações toscas, cortes e sobreposições de fita, virtuosismo em áreas nunca dantes exploradas e uma imaginação sem precedentes. Para fechar o pacote – humor. Um humor ácido, sarcástico e afiado. Nada lhes escapa; hippies, o governo americano, o povo americano, eles próprios.

Plastic People abre o álbum, citando o clássico Louie Louie e ridicularizando os E.U.A. Duke Of Prunes mostra que o espírito contestador de Zappa também é capaz de criar melodias de beleza rara, apesar da maneira burlesca com a qual ele trata seus próprios temas. Call Any Vegetable é, para este que voz digita, uma das melhores da carreira de Frank Zappa. Big Leg Emma se tornou um clássico para os fãs, assim como Brown Shoes Don`t Make It. Why Don’tcha Do Me Right?, America Drinks, enfim – tudo.

A primeira audição tudo pode se resumir a uma desmedida cacofonia nonsense. Mas não se engane. Tudo o que se ouve é intencional; é composição. Cada frase, cada inflexão, cada acorde fora do lugar, cada som foi ensaiado à exaustão; a ponto das músicas figurarem nos concertos de Frank Zappa com absurda fidelidade às gravações originais.
É música, criatividade, virtuosismo, arte e trabalho levados às últimas conseqüências.

Será que você está pronto ? 

quarta-feira, 21 de julho de 2010

To The One - John McLaughlin and The 4th Dimension |Jazz|


To The One  -  John McLaughlin and The 4th Dimension    |Jazz|
 
Inspiração, energia e virtuosismo sobram, no novo álbum do sexagenário mestre do electric jazz.


John McLaughlin não se cansa de prestar seus respeitos a sua maior influência musical, estamos falando de John Coltrane.
Desta vez, covers e reedições deram lugar a seis faixas autorais construídas a partir dos conceitos de Coltrane; algo como um bebop (devidamente modal) trajado de fusion.

Para tanto, o guitarrista optou por não assinar o projeto como um disco solo, mas sim como The 4th Dimension; banda formada por Mark Mondesir bateria, Gary Husband teclados e também bateria,  o camaronês  Etienne Mbappé no baixo e Sir McLaughlin na guitarra.


Impossível ressaltar essa ou aquela faixa. "To The One"  (ou Para Coltrane, se você preferir), é uma única onda sonora - dividida em seis perfeitamente não lapidadas faixas. A única ressalva vai para a faixa que fecha o álbum - em To The One, a banda revisita um clássico da Mahavishnu Orquestra e McLaughlin improvisa no sintetizador via sua guitarra midi - uma marca registrada de seus álbuns.

A banda, claro, é incrível. O mestre continua tocando com uma vivacidade que impressiona. Obrigatório, para músicos e fãs do estilo.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Pictures At Eleven - Robert Plant |Rock|


Pictures At Eleven  -  Robert Plant    |Rock|

Álbum de 1982,  estréia da carreira solo de Robert Plant.


Quando bateu a notícia de que Robert Plant estava preparando seu primeiro álbum pós-Zeppelin, não houve quem duvidasse - ele vai juntar um bando de amigos para tentar recriar uma falsa atmosfera zeppeliniana . Mesmo porquê, o que mais ele pode fazer ? Um cantor de blues ilhado no início dos coloridos anos 80. . . ?  Um dinossauro desgarrado ? Uma sobra dos anos 70 ?!

"Pictures At Eleven" chegou as prateleiras em 1982. Longe das expectativas, Plant mostrou que apesar de seu glorioso passado, não precisaria viver dele. "Pictures ..." é um ponto de partida, não uma continuação.
O som é muito mais para o pop rock que dominaria os 1980. Mas calma, não vamos confundir com aquela desgraceira insípida, inodora e automática que marcou a década. Plant foi para o pop, tudo bem - mas foi com estilo.

Uns dos segredos de todo grande artista, é saber escolher suas companhias. E para o som que buscava o vocalista convocou Robbie Blunt como guitarrista e parceiro musical e Phil Collins e Cozy Powell como bateristas. (Para quem tocou a vida toda com John Bonham, dois é o número mínimo)

"Pictures At Eleven" abre com Burning Down One Side e já se pode perceber que pop-rock não precisa obrigatoriamente ser estúpido. Moonlight In Samosa esbanja estilo, e classe; mas não deixa de ser uma simples canção. Uma belíssima simples canção. Pledge Pin mantém a elegância e é enriquecida pela bateria de Collins.
Talvez para não ser visto como traidor por fãs mais ardorosos, Slow Dancer chega para saciar as saudades do velho Led Zeppelin. Cozy Powell não deixa a desejar neste verdadeiro tributo à banda e à John Bonham.
Fat Lip talvez seja a mais enigmática de todas as faixas. Construida em torno de uma batida simples de bateria eletrônica, a faixa soa moderna até hoje. As guitarras de Blunt são limpas, diretas e minimalistas. Um blues eletrônico ? Uma fossa sintetizada ? Ouça e me diga.
Ainda Worse Than Detroit, a balada Like I've Never Been Gone e o zep-riff de Mystery Title.

Minimalista, simples, sexy e elegante. O que mais impressiona é que neste primeiro trabalho solo, Robert Plant parece ter encontrado seu estilo próprio e o qual tem bem pouco haver com seu estrelato anterior.
Sua voz, claramente menos potente, é utilizada com classe e sabedoria. Plant sabe trabalhar dentro de suas limitações e não tenta emular os prodigiosos agudos que o fizeram famoso. Ele parece saber o que fazer e quando fazer, até hoje.

Marcante do início ao fim.

Santana III- Santana |Rock|


Santana  III  -  Santana    |Rock|
  

Álbum de 1971, ponto alto da discografia de Carlos Santana.


As novas gerações estão acostumadas com aquele Santana velhinho, bonzinho, sempre com gorrinho de crochet na cabeça. Aquele que lança os DVDs que são distribuídos na farmácia quando você compra 20 paus em Aspirina. Aquele que sempre aparece tocando com um balaio de ídolos adolescentes de cabelo espetado e talento murcho.
Bom....  esqueçam !




Esse aí, não é o Santana. O verdadeiro você pode conferir aqui.

"Santana III" veio depois do grupo ter alcançado multidões com o também excelente "Abraxas" de 1970.
Mas os tempos eram outros. Naquela época, ter imenso sucesso com um álbum significava que você estava livre para experimentar o que quisesse (bom, mais ou menos). De qualquer maneira, Santana e seus amigos mexicanos poderiam se acomodar na fama e ficarem no mais do mesmo - assim como ele faz hoje.
Mas, como eu já disse, os tempos eram outros.

Para "Santana III" a banda tomou uma direção mais soturna, mais pesada. Nada se perdeu do clima latino e das intermináveis improvisações, mas o rock ficou mais presente. A atitude é mais evidente, com pitadas de fusion, funk e Soul. A guitarra de Carlos Santana soa cortante, desvairada e esbanja sentimento.
Grande originalidade, musicalidade inventiva e livre e muita competência.

Batuka abre o álbum e mostra que a coisa é seria. Uma das melhores faixas da discografia do guitarrista. No One To Depend On traz o clima e você embarca na onda Santana. Taboo nos leva a lugares mais obscuros. Blues latino.
Everybody's Everything flerta com a soul music, enquanto a impagável Guarija remete às raízes do folclore mexicano. Pra finalizar,  Jungle Strut é uma obra-prima; a perfeita fusão de blues, rock, jazz, funk e salsa. (Que fusão ?!)

Por ter feito esse disco, Carlos Santana merece estar ao lado dos maiores músicos do nosso tempo. Um mestre, antes de se transformar em algo. . . supernatural.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Hunky Dory - David Bowie |Rock|


Hunky Dory  -  David Bowie    |Rock|

Esplêndido quarto álbum do sempre previsivelmente inusitado cantor inglês.


Na discografia do britaníssimo David Bowie 'Hunky Dory' de 1971 sempre acaba ficando em posições menos favoráveis. Pena.

Neste álbum, Bowie decidiu quebrar o estereótipo de hard-rocker, erguido às bases de seu álbum anterior e também notável 'The Man Who Sold The World'.

Para tanto, Bowie - nascido David Robert Jones, em Brixton, Londres no frutífero ano de 1947 - assumiu um approach mais pop. Canções mais diretas e arranjos convidativos.A guitarra dá lugar aos violões e boa parte do arranjo fica nas mãos do não menos talentoso Rick Wakeman.



Com as intenções estéticas definidas, Bowie pôde finalmente sentar-se e escrever uma série de canções, diria, espantosas.
Pop,  visto através dos olhos multicoloridos do britânico rapaz. E esse ponto de vista, naquele momento da história, enxergava muita coisa.

Quantas vezes você põe um CD pra tocar e algo como Changes invade os alto-falantes?  - E antes de você se recuperar da abertura, Oh! You Pretty Things, onde Nietzsche é citado e enturmado com a onda glam-bissexual-rocker. Tudo devidamente assistido pelo piano vaudeville de Wakeman.
Ao longo dos anos, muitas lágrimas já se precipitaram com a maravilhosa Life On Mars? - Quicksand, muito linda, escrita em homenagem ao colega Neil Young. Bowie, parece, estava afim de homenagear seus amigos e uma espécie de dark folk é batizada Andy Warhol.
Uma stoniana nunca falta num álbum de David Bowie. Aqui Bombers cumpre a tarefa. Queen Bitch e Superman puxam mais para o habitual hard-rock. Tudo, claro, de uma maneira que só acontece no universo bowieano.

Recomendo.
Dê uma chance à 'Hunky Dory'. Compre dois. Porquê o primeiro vai gastar rápido.

domingo, 16 de maio de 2010

Ronnie James Dio 1942 - 2010 |Obituário|


Ronnie James Dio  1942 - 2010                    |Obituário|

A lenda do rock e do heavy metal Ronnie James Dio, faleceu na manhã deste domingo 12/05/2010, após um ano lutando contra um câncer de estômago. O cantor tinha 67 anos.

Dio, nascido Ronald James Padavona, ficou mundialmente conhecido em 1975, ano do lançamento do álbum de estréia do Rainbow, 'Ritchie Blackmore`s Rainbow'. Com os álbum seguintes, 'Rising', 'On Stage' e 'Long Live Rock 'n ' Roll", o público foi gradualmente levando o nome de Dio ao Olimpo do rock.

Dos anos 80 em diante, Ronnie James Dio consolidou sua carreira com turnês mundiais com sua banda Dio e uma participação histórica no Black Sabbath.
A cada projeto que participou, Dio emprestou sua voz poderosa, sua interpretação dramática e sua paixão pela música. Seu nome é sinônimo de heavy metal e hard rock.





Ronnie James Dio foi diagnosticado com câncer de estomago em novembro de 2009. Foram longos meses de tratamento, com boletins semanais endereçados aos fãs e reciprocamente, toneladas de e-mails, tweets e posts no Facebook que diariamente enviavam força, amor e esperança ao ídolo.
A luta terminou nesta manhã de domingo em Houston, Texas. Ronald James Padavona passou pacificamente, na companhia da família e amigos.


Assim se cala uma das mais distintas vozes que o rock já produziu.

 "Long Live Rock 'n' Roll"


Obrigado Ronnie.


por: Alexandre H Calamari 

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Gravando! Os Bastidores da Música - Phil Ramone & Charles L. Granata |Biografia|


Gravando!  Os Bastidores da Música - Phil Ramone & Charles L. Granata   |Biografia|

Amantes da música vão se deleitar ao ler sobre os bastidores da gravação de alguns dos maiores hits da história.

O lendário produtor musical Phil Ramone e o historiador e também produtor Charles L. Granata, levam o leitor para dentro das salas de controle de alguns dos mais celebrados estúdios de gravação da América e revelam segredos, técnicas, manias e curiosidades que cercaram sessões de artistas como Maddona, Barbra Streisand, Billy Joel, Bob Dylan, Frank Sinatra e Paul McCartney, para citar poucos.

"Gravando!" ( no original Making Records: The Scenes Behinde The Music) está longe de ser um livro técnico voltado para engenheiros de som ou simpatizantes. O livro tem escrita fluente e cativante e foi pensado para aqueles que sempre tiveram interesse em saber como é feito um disco.
Fã ou não dos artistas citados acima, você é levado pela simpatia de Ramone, o relato de suas experiências e sua incrível trajetória profissional.

Gravando !

segunda-feira, 10 de maio de 2010

The Best Of Django Reinhardt - Django Reinhardt |Jazz|


The Best Of Django Reinhardt  -  Django Reinhardt    |Jazz|

Uma excelente coletânea sobre a obra do mais influente guitarrista do mundo do jazz.


De origem belga, Jean Reinhardt ou apenas Django Reinhardt foi o primeiro nome europeu a se tornar referência no jazz.

Cigano, o rapaz cresceu em acampamentos ao redor de Paris, tocando banjo e violino, mais tarde passou para o violão. No ano de 1928, Django, aos dezoito anos de idade, foi seriamente ferido num incêndio que destruiu o vagão que dividia com sua esposa. Metade do corpo com queimaduras de primeiro e segundo graus não o incomodaram tanto como o fato de ter perdido o movimento de dois dedos da mão esquerda.



Django resolveu a questão de forma bastante simples - aprendeu a dominar o instrumento, de forma espantosa, com apenas dois dedos.
E foram esses dois dedos que revolucionaram a história da guitarra e do jazz.

Como cigano, Django Reinhardt era versado no estilo musical sincopado e dançante de sua cultura. Mas no período de recuperação de seu acidente, ele teve contato com gravações em 78rpm de Louis Armstrong. Quando finalmente voltou a ativa, Django já tinha bem claro o que prentendia.
Junto com o virtuoso e não menos famoso e influente violinista francês Stephane Grappelli ele aproveitou um convite do dono da boate Hot Club em paris e formaram o Quintet Of The Hot Club Of France.
Um grupo de contrabaixo, violino e três violões, sem bateria. Tinham mais ritmo do que uma escola de samba. Nascia o que ficou conhecido como Gypsy Jazz ou Jazz Manouche.

A grande revolução para a guitarra jazzística não se limitaria na técnica, fraseado e velocidade quase sobrenaturais de Django Reinhardt. Talvez o ponto mais importante naquele momento fosse o fato de uma banda poder ser dirigida por um guitarrista. Naquela era pré-amplificação, não havia como um sujeito por um violão para competir com uma sessão de metais ou até mesmo um saxofone que fosse. Guitarristas, no começo relegados ao fundo tocando bases surdas, agora davam um passo a frente e eram o centro da banda.

A eletricidade veio, Django a aceitou de bom grado, mas o que ele fez estava feito.

No álbum The Best Of Django Reinhardt, de 1996, a Blue Note generosamente organizou uma excelente coleção de dezoito faixas que mostram a arte de Reinhardt e do inseparável Grappelli.
Cartões de visita como Limehouse Blues, Minor Swing e Nuages estão presentes, misturadas com v ersões deliciosamente gypsy de I'll See You In My Dreams, Oh Lady Be Good e Old Man River.
A verdade é que aqui, não há faixa que não seja impressionante - eu disse impressionante. Principalmente quando você se lembra que o sujeito só tinha dois dedos bons.

Django Reinhardt foi único. Seu estilo é inebriante. Seu toque é assustador.

Viva Django !!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

The Complete Atomic Basie - Count Basie |Jazz|


The Complete Atomic Basie  -  Count Basie    |Jazz|

Registro histórico de um dos mestres da swing era.

Count Basie era um bandleader; um 'líder de banda', 'diretor de banda', ou simplesmente um . . .  maestro tosco.
Na lendária era do swing - manjada do público via caracterizações de época hollywoodianas - o bandleader era o cara que tocava o piano, ou às vezes um instrumento solista como o clarinete, e comandava uma orquestra de metais + um combo de jazz (baixo acústico, bateria, piano ou guitarra).


Para  simplificar; a orquestra estava para o bandleader, como o piano para um pianista. Seu instrumento era a banda e com ela, ele fazia o que queria.
Nesse metiê, Count Basie, foi mestre. E apesar de não ser compositor ou grande virtuoso no piano, Basie é pedra fundamental no jazz pela inventividade e destreza com que comandava sua orquestra.
O alto  quilate de talentos individuais dava ao diretor maior flexibilidade na hora de escrever seus arranjos e abrir espaços para improvisos. Assim, o trunfo de qualquer bandleader era seu escrutínio no recrutamento de músicos para seu grupo. 
Só nesta gravação, sob o estrábico olhar de Basie, estão Freddie Green (guitarra), Eddie "Lockjaw" Davis, (sax tenor) e Thad Jones (trompete), além do próprio Basie ao piano.
Lançado em 1994, pela Roulette Records, The Complete Atomic Basie traz para os dias atuais essa inspirada sessão gravada em 1957.

Faixas? - 'The Kid From The Red Bank', 'The Late Late Show' e 'Whirlybird' mostram a 'pegada' indefectível da batuta de Basie. Uma sutileza segura,    charmosa e spicy exala de 'Midnite Blue' e 'After Supper'.
'Teddy Toad' é uma excelente maneira de se notar o gênio de Count Basie na arte de dirigir uma banda.

The Complete Atomic Basie é um álbum que nos leva aos prateados anos das grandes orquestras e do swing. Uma era em que o termo jazz estava intrinsecamente ligado a dança. Um universo dentro do próprio jazz. Um tempo em que 'quente'  seria o adjetivo mais apropriado a nomes como Count Basie.

Swing it !

terça-feira, 4 de maio de 2010

A Loja de Pianos Da Rive Gauche - T.E. Carhart |Romance|


A Loja de Pianos Da Rive Gauche  - T.E. Carhart   |Romance|

A maneira mais elegante, divertida e charmosa de se apaixonar por Paris e pelo piano.


Numa disfarçada auto-biografia, o franco-americano Thad Carhart, nos convida aos meandros de uma Paris pouco conhecida pelos turistas.

A escrita coloquial e fluida de Carhart é irresistível e o estilo de vida de um reservado bairro francês se revela de forma encantadora.
Com elegância, o autor discorre sobre sua paixão pelo piano e sua inserção nos costumes parisienses. Uma breve história do instrumento é contada com tanta admiração que é difícil o leitor permanecer imune a ambos encantos.


"A Loja de Pianos Da Rive Gauche" (no original: The Piano Shop On The Left Bank), lançado em 2000, é, no fundo,  um livro sobre a vida; suas descobertas, suas frustrações, seus encantos.
Um daqueles livros difíceis de largar, mas que você vai tentar economizar para que ele não acabe logo.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

This Was - Jethro Tull |Rock|


This Was  -  Jethro Tull    |Rock|

Um álbum de estréia que, quarenta e dois anos depois de seu lançamento, continua arrebanhando fãs para para o lendário Jethro Tull.

O Jethro começou como uma banda de blues. Muito disso se deve ao fato do vocalista Ian Anderson ter recolhido algum espólio no fim da Graham Bond Organization (uma das primeiras bandas de rhythm 'n' blues da inglaterra).

Mas Anderson, como o futuro diria, tinha outras intenções.


Fortemente influenciado pelo jazz e pela música folclórica inglesa, o vocalista/flautista se uniu ao guitarrista Mike Abrahams (guitarra), Clive Bunker (bateria) e Glenn Cornick (baixo) e passou a praticar seus experimentos e devaneios sobre uma base coesa de indefectível blues rock.

O resultado foi This Was, o primeiro da extensa discografia da banda de Ian Anderson. Um dos grandes discos da história do rock, This Was oferece a oportunidade de ouvirmos um Jethro Tull cru, antes que as experiências de Anderson ajudassem a erguer os alicerces do art rock ou rock progressivo.

My Sunday Feeling, Beggar`s Farm e A Song For Jeffrey; se só houvessem estas três faixas no disco, este já seria um clássico.  
Some Day The Sun Won't Shine For You e It`s Breaking Me Up são blues. Pelo menos o que se entende por blues, depois do Cream.
Move On Alone, Round e Serenade To A Cukoo (do jazzista Roland Kirk), dão a dica para o estaria por vir no universo andersoniano.
Não nos esqueçamos da extravagância de Mike Abrahams - Cat's Squirrel - sim, Hendrix e Clapton são uma grande influência, mas imaginar um som desse em 1968. . . talvez sejam faixas como essa que fazem alguns (eles existem) pensarem no Jethro Tull como uma banda de heavy metal.

Discoteca básica.