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domingo, 25 de julho de 2010

Absolutely Free - The Mothers Of Invention |Rock|


Absolutely Free  -  The Mothers Of Invention    |Rock|

Lançado há 43 anos, “Absolutely Free” , em companhia de muitos outros títulos do compositor, continua anos-luz a frente da música pop mundial.


Considero desnecessário passar horas buscando palavras para tentar descrever a força da genialidade de Frank Vincent Zappa. Mesmo porquê, palavras não são nada. Cada um que tire suas próprias conclusões.

Vejo que o melhor que eu posso fazer pelo próximo, é deixar o convite – ouça Zappa. Eu demorei um pouco; apesar de saber que o sujeito era genial e blá, blá, blá. . . , a minha ficha não caia. Até que um dia – caiu.

Minha teoria é que existe o momento certo. Você tenta ouvir um tipo de música a vida toda, mas sempre acaba se perguntando -  qual é a graça nisso ? Até que um dia – as nuvens pardas da mediocridade se afastam e você finalmente se odeia por não ter ouvido aquilo antes.

Tem um jeito mais simples – Zappa: ame-o ou odeie-o.

“Absolutely Free”, de 1967, é o segundo passo na extensa  e densa discografia do músico americano. Nesse período, Frank ainda assinava seus discos com o jocosamente pretensioso nome de sua banda The Mothers Of Invention.
Crítica e público, que já haviam se escandalizado com o debut “Freak Out”, tiveram que encarar um álbum ainda mais audacioso e esquizofrênico.

Em “Absolutely Free” os Mothers filtram um leque de influências que incluem a música de vanguarda dos compositores Edgard Varèse e Igor Stravinsky, pop, rock, psicodelia, blues, vaudeville, country music, etc. . .   Tudo amarrado com longas sessões polirítmicas, grandes instrumentações, instrumentações toscas, cortes e sobreposições de fita, virtuosismo em áreas nunca dantes exploradas e uma imaginação sem precedentes. Para fechar o pacote – humor. Um humor ácido, sarcástico e afiado. Nada lhes escapa; hippies, o governo americano, o povo americano, eles próprios.

Plastic People abre o álbum, citando o clássico Louie Louie e ridicularizando os E.U.A. Duke Of Prunes mostra que o espírito contestador de Zappa também é capaz de criar melodias de beleza rara, apesar da maneira burlesca com a qual ele trata seus próprios temas. Call Any Vegetable é, para este que voz digita, uma das melhores da carreira de Frank Zappa. Big Leg Emma se tornou um clássico para os fãs, assim como Brown Shoes Don`t Make It. Why Don’tcha Do Me Right?, America Drinks, enfim – tudo.

A primeira audição tudo pode se resumir a uma desmedida cacofonia nonsense. Mas não se engane. Tudo o que se ouve é intencional; é composição. Cada frase, cada inflexão, cada acorde fora do lugar, cada som foi ensaiado à exaustão; a ponto das músicas figurarem nos concertos de Frank Zappa com absurda fidelidade às gravações originais.
É música, criatividade, virtuosismo, arte e trabalho levados às últimas conseqüências.

Será que você está pronto ? 

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