A Night At The Opera – Queen |Rock|
Hoje, ligamos nosso laptop e temos toda a sorte de amplificadores, pedais, racks, sintetizadores, kits de bateria, corretores de afinação, gravadores de infinitos canais, orquestras sinfônicas completas e se você quiser, até caixinhas de fósforo; com um realismo impressionante.
Mas em 1975, nem o Stanley Kubrick podia imaginar essa possibilidade.
A alta tecnologia era meio tosca, ou pelo menos, não acompanhava a criatividade de certos artistas.
Mesmo assim, o Queen fez “A Night At The Opera”, um álbum que, para o bem ou para o mal, está presente em, no mínimo, 50% dos discos de rock lançados depois dele.
Musicalmente o álbum é rico e ousado, mesmo para os padrões atuais. Hard rock, vaudeville, pop, folk, clássico, dixieland e mais alguma coisa.
Tecnicamente; Freddie Mercury impressiona pela genialidade de seu canto. Trezentas camadas de guitarra em cada faixa. Uma guitarra que Brian May fez soar como violinos, cellos, trompetes, trombones, clarinetas e guitarras, também. Timbres, riffs, e arranjos raros.
Quem acha que para ser pesado você tem que ter 8 cordas numa guitarra, afiná-la 2 tons abaixo e plugá-la em 2 amplificadores de 333 watts, veja o que um single coil numa guitarra oca e um amplificador de 30 Watts podem fazer em Death On To Legs e Sweet Lady.
Com um tratamento vocal além do comum, a banda revira músicas de cabaré com Lazing On A Sunday Afternoon e Seaside Rendevouz.
O pop tem em You're My Best Friend um de seus hinos. Em '39 o folk flerta com o progressivo e ganha uma bela canção na voz do guitarrista Brian May.
Descaradamente progressiva é The Prophet's Song, e aqui Freddie Mercury utiliza o eco para criar uma arte rara - seu timbre, afinação e senso artístico são notáveis.
Finalmente, na hora de fundir o rock à música clássica o Queen criou esses clássicos eternos (ainda que batidos) do rock. Love Of My Life, aqui, na versão de estúdio é fantástica; bem mais interessante do que a 'versão banquinho e violão' que vendeu trilhões de cópias. E finalmente Bohemian Rhapsody; o famigerado pastiche rock-ópera que se tornaria a maior marca da banda.
Este foi o álbum que definiu o Queen como a banda que conhecemos hoje. E, ainda que exista muita gente boa por aí; um disco desses não se faz todo dia.
Discoteca básica.
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